Do alto do velho carvalho, que mil anos de saber entende;
Água que corre sob a ponte de pedra gasta;
Raio de Sol que a névoa matinal afasta.
Oiço à deriva esse vento viandante,
Que trás consigo um gesto antigo, de uma lonjura mais distante;
Tempo marcado nas rugas desses penedos;
Manto de neve, tão leve, que veste os arvoredos.
Sinto no ar:...Um travo doce agreste;
Sopro de brisa que há muito tempo me deste;
Eu vejo casas a velho musgo caiadas;
Cheiro giestas no canto das madrugadas;
Espreito pelas frestas da minha imaginação,
Leio histórias antigas, escritas na poeira deste chão.
Vítor Silvestre